A DITADURA QUE NINGUÉM CONHECE- BRENDA LEONE

by - 18:03


Conheça meu canal no YouTube ! Tudo sobre maternidade, vida universitária e morando sozinha❤

Assista o vídeo:

Um dos mais famosos presidentes 0do Brasil, foi um ditador fascista

Getúlio Vargas, o pai dos pobres, defendido e aclamado até hoje, implantou uma ditadura no Brasil no ano de 1937, por meio de manobras politicas.  

Antes de Getúlio entrar no poder, o Brasil vivia a republica do café com leite, aonde os poderes alternavam entre Minas Gerais e São Paulo.
 Esta política, conhecida como “café com leite”, gerava descontentamento em setores militares (tenentes) que buscavam a moralização política do país.



as eleições de 1930, as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo entraram em um sério conflito político. Era a vez de Minas Gerais indicar o candidato a presidência, porém os paulistas apresentaram a candidatura de Júlio Prestes (fluminense que fez carreira política em São Paulo). Descontentes, muitos políticos mineiros apoiaram o candidato de oposição da Aliança Liberal, o gaúcho Getúlio Vargas (governador do RS).




Causas da Revolução

- Nas eleições de 1930, venceu o candidato Júlio Prestes, apoiado pela elite de São Paulo. Com vários indícios de fraude eleitoral, Getúlio Vargas e os políticos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba ficaram muito insatisfeitos.



- Em julho do mesmo ano, o candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, o paraibano João Pessoa, foi assassinado. O fato gerou revolta popular em várias regiões do Brasil. Estes conflitos eram, principalmente, entre partidários da Aliança Liberal e defensores do governo federal.


- A Crise de 1929, também conhecida como “A Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque” espalhou uma forte crise econômica pelos quatro cantos do mundo. Esta crise atingiu fortemente a economia brasileira, gerando desemprego e dificuldades financeiras para o povo brasileiro. Este fato contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luiz.

- O clima de conflitos e forte insatisfação popular em várias regiões do Brasil gerou preocupação em setores militares de alto comando, que enxergavam a possibilidade de uma guerra civil no Brasil.



O Golpe de 1930

A situação do presidente Washington Luiz era crítica, porém o mesmo não pretendia renunciar ao poder. Então, chefes militares do Exército e Marinha depuseram o presidente, instalaram uma junta militar que, em seguida, transferiu o poder para Getúlio Vargas.



Provisório de quatro anos




O governo provisorio durou 4 anos e meio e em   1934 uma nova constituição substituia a de 1891, com algumas novidades como as mulheres podendo votar e o voto secreto. no mesmo ano getulio foi eleito por voto indireto dos deputados.

em 1938 haveria novas eleiçoes presidenciais, desta vez, direta. os concorrentes de vargas era o fundador da universidade federal da paraiba (JOSE AMERICO DE ALMEIDA) E o fundador da usp (Armando sales) corria por fora plinio salgado, fundador e lider da ação integralista de inspiração nazista. 

Porem em  1 de outubro getulio mandou fechar o congresso nacional depois de uma manobra com uma noticia falsa de que o país estava sob ameaça comunista, sendo chamado de plano Cohen.
Assim como hitler fez no incendio de reichtag, vargas usou de uma ameaça ficticia para instalar a ditadura.
constituição sem Democracia

Ainda em 1937, a Carta Magna foi substituída. A nova Constituição,previa a centralização do poder nas mãos do presidente, defendia o uso da força, e até mesmo da tortura, contra os militantes do comunismo, proibia as greves e previa a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, que passou a divulgar as ações governamentais e atuar na censura dos meios de comunicação. Começava assim o Estado Novo, nome copiado da ditadura que havia se instaurado em Portugal em 1933.

Não foi o único modelo ditatorial a influenciar Vargas. A Constituição foi apelidada de Polaca sob inspiração da carta autoritária da Polônia de 1935 - ainda que fosse muito mais radical. E a Confederação das Leis Trabalhistas (CLT), de 1943, hoje defendida ferrenhamente pela esquerda, foi elaborada com base no regime trabalhista da Itália de Mussolini.

A inspiração em regimes ditatoriais, seja de Portugal, da Polônia, seja da Itália, não era casual: o Estado Novo jamais se assumiu como tal, mas agiu como um regime totalitário aos moldes fascistas.

VITÍMAS DO REGIME


Rapidamente, o novo regime faria suas primeiras vítimas. "O foco sempre foi contra comunistas, em especial comunistas estrangeiros, espanhóis, russos"

Durante o Estado Novo aconteceu uma verdadeira caça aos suspeitos pelo que a polícia chamava de 'ideologias exóticas'. Policiais seguiam nas ruas as pessoas que participavam de reuniões de classes trabalhadoras.Operários, intelectuais que discordavam do regime e estrangeiros eram especialmente visados, mas ninguém estava inteiramente imune.

ESCRITORES PRESOS

varios escritores foram presos como:

Graciliano Ramos detido em 1936. seu livro memorias do carcere ficaria famosos e seria transformado en filme em 1984 ao final da ditadura seguinte

Foi tambem o caso do Humorista conhecido como barão de itararé, preso repetidas vezes no ano de 1934, colocando uma placa na porta do seu escritorio, com os dizeres " entre sem bater"

Jorge amado foi simbolico Diante da sua simpatia declarada ao comunismo, ja havia sido preso em 1936, estva detido ainda em 1937 quando 1800 livros foram queimados incluindo obras suas .



Humilhação aos paulistas
O Brasil tinha então 45 milhões de habitantes, sendo os estados mais populosos, pela ordem, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A capital ainda ficava no Rio de Janeiro - a cidade tinha então 1,7 milhão de habitantes. Diferentemente do que aconteceu em 1932, quando São Paulo reagiu e acabou sofrendo bombardeios aéreos, em 1937 nenhum governador contestou o novo regime. Até porque aqueles que poderiam reagir foram rapidamente afastados, em especial o gaúcho Flores da Cunha, que perdeu o cargo e se exilou no Uruguai
.
No dia 27 de novembro de 1937, Getúlio conduziu uma cerimônia pública pomposa. Heitor Villa-Lobos e seus milhares de meninos cantores entoaram o Hino Nacional, na esplanada da hoje aterrada praia do Russel, no Rio de Janeiro. Uma missa campal foi realizada, tendo por fundo do altar uma gigantesca bandeira do Brasil.

Enquanto isso, as 22 bandeiras de todos os estados da federação eram incineradas dentro de uma pira erguida no meio da praça. No lugar de cada uma delas, foi hasteada uma bandeira do Brasil. A cerimônia podia se aplicar a todos os estados, mas tinha um alvo óbvio: os liberais paulistas que tentaram derrubar o governo provisório em 1932.

O ministro da Justiça, Francisco Campos, discursou durante o evento: "Bandeira do Brasil, és hoje a única. Hasteada a esta hora em todo o território nacional, única e só, não há lugar no coração dos brasileiros para outras flâmulas, outras bandeiras, outros símbolos. Os brasileiros se reuniram em torno do Brasil e decretaram desta vez com determinação de não consentir que a discórdia volte novamente a dividi-lo".



Censura firme

A perseguição aos veículos de imprensa também não era novidade. Em 1932, um grupo de militares armados destruiu a sede do Diário Carioca. Cerca de 180 homens fardados usaram artilharia pesada contra a fachada do veículo, e depois invadiram suas instalações. Agrediram funcionários e deixaram apenas um móvel inteiro: a cadeira do diretor de redação, José Eduardo Macedo Soares, que ganhou um tiro.

A perseguição também retirou o jornal O Estado de S. Paulo de seus fundadores e proprietários. A publicação havia apoiado a chegada de Getúlio ao poder, em 1930. Mas, como praticamente todos os paulistas, mudou de lado e, em 1932, era totalmente pró-rebelião. Os irmãos Júlio e Francisco de Mesquita Filho deixaram o país entre 1932 e novembro de 1933. Retomaram o controle sobre a empresa, mas se mantiveram críticos ao Estado Novo até que, em março de 1940, a polícia invadiu a redação. A suspeita oficial era de que ali havia armas escondidas. Fechado a princípio, o Estadão seguiria administrado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda até 6 de dezembro de 1945.

O trabalho da DIP na censura e na construção da imagem do presidente era apoiado pela Agência Nacional, que fornecia notícias que deveriam ser publicadas pelos veículos de imprensa de todo o Brasil, e pela Hora do Brasil, o programa de rádio obrigatório que nasceu em 1934. Só num exemplo, por ordem do governo, o Jornal do Brasil veiculou títulos como A Criança, Maior Vítima do Comunismo e Como a Rússia Combate a Religião.

No plano doméstico, todo cidadão brasileiro estava sujeito a ter suas comunicações, seus livros e suas fotografias investigadas, quando fossem trocadas com pessoas no exterior. A partir de dezembro de 1942, um decreto do regime impôs censura a cartas, livros, projetos, telegramas e telefonemas. Qualquer suspeita servia de justificativa para a polícia invadir a casa e revirar tudo. "Há uma censura rígida dos correios, qualquer carta pode ser aberta. Ela chega ao destinatário com um carimbo em que se lê: `censurada"", explica Maria Luiza Tucci Carneiro.



Arte enquadrada

Uma grande diferença entre o Estado Novo e a ditadura militar está no campo cultural. Nos anos 1960 e 1970, foram os oposicionistas do regime, principalmente na música, que fizeram a cabeça dos brasileiros - e acabaram no exílio, como Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Vargas foi um grande amigo dos artistas que julgava patrióticos, figuras cuja influência seria crucial. O regime também tinha seus intelectuais favoritos, como Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Cândido Portinari.

Analia Chernavsky é historiadora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Em sua tese de mestrado, publicada em 2003, estudou a relação entre Heitor Villa-Lobos e o Estado Novo. "Alguns artistas e compositores conhecidos, como Ary Barroso e Carmen Miranda, foram apoiados pelo regime. Eles eram contratados para participar de eventos realizados pelo Estado, e houve apoio para gravação e distribuição de seus discos. Villa-Lobos foi um funcionário a serviço do Estado. Seu projeto musical estava vinculado ao projeto político do Estado Novo."

Não eram apenas eles: todo artista que tivesse ligação com o samba era bem aceito, especialmente se adotasse temas de teor patriótico.

As escolas de samba foram estimuladas a tratar de temas que incentivassem o patriotismo e o trabalho árduo. A Portela, por exemplo, foi bicampeã do carnaval do Rio de 1944 e 1945 com os sambas-enredo Brasil Glorioso e Motivos Patrióticos.

O estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, que recebeu Villa-Lobos, seria usado para os chamados Desfiles da Juventude, que apresentavam jovens saudáveis, que treinavam nas academias de educação física criadas pelo regime, um reflexo sombrio da propaganda nazista com "arianos" fisicamente perfeitos.

As manifestações de massa, aliás, eram comuns. Seja no Dia do Trabalho, seja nos aniversários da Proclamação da República, Getúlio Vargas discursava para as massas. Com estilo eufórico, grandes cartazes a seu lado e estádios cheios - o Pacaembu era um dos preferidos -, ele reforçava a imagem de pai dos pobres. No melhor estilo do italiano Mussolini, Getúlio chegou a colocar sua própria imagem em moedas, bustos e estátuas que se espalharam por todo o Brasil.



Abertura imediata
À medida que a Segunda Guerra chegava ao fim, a democratização se tornava inevitável. A contradição de uma ditadura ir à Europa lutar pela democracia berrava aos ouvidos das classes instruídas. Em 1943, a UNE organizou passeatas antinazistas. No mesmo ano, banquerios lançam o secreto Manifesto dos Mineiros, pedindo a redemocratização. O governo interviria para sacar todos os executivos responsáveis de seus cargos.

Em março de 1945, em aberta provocação à censura, o Correio da Manhã publica uma entrevista bombástica com o ex-candidato a presidente José Américo de Almeida, na qual contestava a legitimidade do regime e exigia eleições. Não houve reação.

Em maio, o ditador agendou eleições presidenciais para dezembro. Na sequência, anistiou Luís Carlos Prestes e outros presos políticos. Autorizou novamente a formação de partidos.

Mas Vargas tentou se colocar como candidato a presidente para as eleições que ele mesmo marcara. Não deu certo. A pretexto de impedir que Getúlio colocasse seu irmão Benjamim como chefe de polícia do Rio de Janeiro, o presidente foi deposto, em 29 de outubro de 1945 por uma junta militar, como a que o havia colocado no poder.

O processo eleitoral escolheu o general Eurico Gaspar Dutra como primeiro presidente da nova democracia. Getúlio foi eleito senador.

Retornaria à presidência, eleito, em 1951, para terminar de forma dramática em suicídio, em 1954. Esse é o Getúlio mais lembrado, perdoado e apoiado pela esquerda que ele havia perseguido, e perseguido pela direita liberal, incluindo dissidentes de seu próprio governo. Que derrubaria seu herdeiro, João Goulart, em 1964.

"O espírito de vigilância total do Estado Novo é retomado em 1964", afirma Maria Luiza Tucci Carneiro. Ao fim das contas, varguistas e antivarguistas, que tanto se odiavam, criaram monstros da mesma espécie.



Reação armada

Durante a ditadura militar, guerrilheiros pegaram em armas, assaltaram quartéis, promoveram sequestros e atentados. Não se viu nada parecido durante o Estado Novo. Ou nada da esquerda: quem atacou foram os integralistas, liderados pelo candidato a führer Plínio Salgado.

A AIB havia apoiado o golpe de 1937, mas não gostou quando o ditador eliminou todos os partidos políticos, incluindo eles. Resolveu então reagir. Em março de 1938, o grupo tentou tomar dois quartéis no Rio de Janeiro. Dois meses depois, um novo ataque, que tentava resgatar os líderes presos na ação anterior e, de quebra, matar Filinto Müller, também falhou. Sessenta militantes abriram fogo contra o Palácio Guanabara.

Seria um colossal fiasco. O líder Plínio Salgado fugiu para Portugal e quase 2 mil membros do grupo terminaram na cadeia.



Prisioneiros de guerra

Entre 1942 e 1946, a ditadura brasileira condenou 5 mil pessoas à prisão em campos de trabalhos forçados. Foram 31 instalações ao todo, construídas no Rio de Janeiro, em Joinville (SC), Pindamonhangaba e Guaratinguetá (SP), Tomé-Açú (PA), Chã de Estêvão (PE), Pouso Alegre (MG). Ali eram levados suspeitos de concordar com práticas nazistas e fascistas - uma acusação não sem ironia, dadas as práticas do regime.

Civis de origem alemã, italiana e japonesa, em especial, foram mantidos em fazendas e com pouco acesso a advogados e familiares. Não tinham acesso a livros e jornais em seus idiomas e precisavam plantar sua própria comida e limpar suas celas e os espaços comuns, como a cozinha.

"Os campos de concentração eram uma prática muito comum no início do século 20. Até os Estados Unidos tiveram os seus", diz Priscila Perazzo. "Getúlio criou sua própria rede de prisões depois que rompeu com o Eixo, em 1942, e se viu forçado a demonstrar que não suportaria a presença de simpatizantes dos regimes totalitários da Alemanha, da Itália e do Japão."




You May Also Like

0 comentários